A humanidade tem o conflito em sua natureza e as escolas são grandes laboratórios para realização de mudanças e oportunizar o crescimento humano, pois possibilitam a propagação de valores e cidadania, com a utilização de ferramentas, habilidades e estratégias que possibilitem o gerenciamento pacifico de conflitos.
É na escola que devemos exercitar a empatia, o respeito, a interconexão, a responsabilidade social, a autodisciplina, entre outros. A mediação nas escolas exerce um papel fundamental no fortalecimento das relações escola-família-comunidade com o diálogo, a promoção dos laços com a comunidade, a comunicação não-violenta, envolvendo atividades pedagógicas e restaurativas. É também na escola que se detectam as situações de violência ou vulnerabilidade envolvendo crianças e adolescentes, constituindo importante pilar na rede protetiva dessas pessoas, nos exatos termos do que dispõe o artigo 100, inciso VI do Estatuto da Criança e do Adolescente. Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.…VI – intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; A educação envolve todas as dimensões da vida de uma pessoa, passando pelos saberes, aptidões, habilidades, discernimento, ação e contribui para o aperfeiçoamento emocional, intelectual e profissional dela. A Comissão Internacional sobre Educação no século XXI da UNESCO, com a elaboração do Relatório Delors, defende a organização da educação em quatro pilares básicos e interdependentes, quais sejam:a) Aprender a conhecer – atrelada ao desenvolvimento intelectual, ou seja, o aprender a aprender, de forma a despertar a curiosidade e provocar entusiasmo pelo aprendizado. Nesse espaço todos podem errar, acertar, refletir, envolver e responsabilizar-se pelo que é ensinado e aprendido.b) Aprender a fazer – relacionado às competências produtivas, ao empreendedorismo, à comunicação, diálogo, livre expressão e trabalho em equipe. c) Aprender a ser – relacionado às competências pessoais, devendo a educação contribuir com o desenvolvimento integral da pessoa (corpo, mente e espírito), de forma a desenvolver a sensibilidade, o senso estético, a responsabilidade social, o autoconhecimento, a autoestima, o autoconceito e a autonomia.d) Aprender a conviver – ligado ás competências relacionais, ou seja, aprender a conviver com os outros de forma participativa, solidária e cooperativa. Seguindo os pilares propostos pelo relatório da UNESCO a educação contemplaria o ser humano em sua integralidade e em suas relações sociais, extrapolando os limites da sala de aula e enriquecendo a construção da própria pessoa. Precisamos, enquanto sociedade, aprender a lidar com os conflitos de forma diferenciada, deixando de lado os padrões punitivos impostos por gerações. Os conflitos devem trazer a todos os interagentes oportunidades de mudanças, aprendizagem, sempre respeitando a inclusão, o pertencimento, a escuta, a escrita ativa e a solidariedade. A reflexão que se quer fazer com este texto é acerca de mudanças culturais e de paradigmas que nos permitam melhorar como pessoas, contribuindo com uma cultura de paz nas escolas e na sociedade. Escolas devem ser pacíficas e pacificadoras, oportunizando as práticas restaurativas, a compreensão dos conflitos vivenciados e mostrando formas positivas de solução dos problemas vivenciados pela comunidade escolar, de forma a prevenir a violência. Você já pensou em fazer um diagnostico dos principais problemas da sua escola em termos de violência, discriminação, drogas e relações interpessoais? Já refletiu sobre o assunto? Dividam com a gente! É com o diálogo que crescemos e desenvolvemos o Direito Educacional. Até a próxima!